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As paisagens estão desabitadas e as pessoas e os animais não têm casa nem terra. Cada uma das imagens afirma-se contraditória e isolada. E ao esvaziamento da alma dos espaços corresponde a desertificação interior dos seres.

 

Talvez por essa razão, todos os espetáculos da natureza, como diz Michaux (o dos bichos e dos humanos também?), sejam espetáculos em eco, sem o qual as (suas) imagens não seriam mais que brinquedos espalhados no chão, de propósito para fazer cair os tolos.

 

Alguns pássaros, cães, ou pessoas poderão ser talvez personagens de um conto de Carroll envelhecidos, com outras aventuras para contar, só que afinal impossibilitados de o fazer, pois ao contar-se uma boa história o anedótico acaba sempre por tomar conta do pressentido.

 

Todavia, a luz que ilumina as formas de alguma maneira resgata estas viagens derradeiras sem nunca as tornar inocentes ou circunstanciais.

 

A pintura a óleo e acrílico e a gravura em metal (calcografia) e pedra (litografia) têm sido os meios expressivos utilizados desde o início. A primeira exposição coletiva ocorreu em 1988 no Salão da Primavera do Casino Estoril.

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